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mandala zodiacal
A forma retrata as diferenças regionais e históricas
Compreender as diferenças é essencial para apreciar a profundidade e a complexidade da Astrologia Védica porém não altera o resultado da análise.
A forma da mandala astrológica védica, utilizada na leitura do mapa natal, varia significativamente em diferentes regiões da Índia, refletindo a rica diversidade cultural e filosófica do país.
Essas variações, particularmente notáveis entre o norte e o sul da Índia, ilustram não apenas diferenças estéticas, mas também interpretações e enfases distintas dentro da prática da astrologia védica.
No sul da Índia, a mandala astrológica é frequentemente representada em forma quadrada. Essa representação é conhecida como “chart Sul-Indiano” ou “Kerala chart”. Neste formato, o mapa é dividido em 12 quadrados que representam as casas astrológicas, com os signos do zodíaco dispostos em ordem fixa ao redor do perímetro do quadrado. Começando no signo de Áries e finalizando em Peixes.
Cada casa no mapa Sul-Indiano é atribuída a um aspecto específico da vida do indivíduo, como carreira, relacionamentos, saúde, entre outros. A abordagem quadrada permite uma visualização direta e sistemática, facilitando a identificação rápida das posições planetárias e dos signos zodiacais em relação às casas.
No norte da Índia, por outro lado, a mandala astrológica muitas vezes incorpora o uso de triângulos em sua representação, conhecida como “chart Norte-Indiano” ou “chart de Bha Chakra”. Este formato é caracterizado por um arranjo geométrico mais complexo, onde as casas astrológicas são representadas por 12 caixas triangulares que giram em torno de um centro, formando uma espécie de estrela ou mandala.
Esta disposição triangular é pensada para simbolizar a dinâmica e a interconexão entre as forças cósmicas e espirituais. A orientação dos triângulos e a posição dos planetas dentro desta estrutura são cruciais para a interpretação astrológica, refletindo as influências celestes sobre a vida terrena do indivíduo.
Ambas as formas, quadrada no sul e com triângulos no norte, são expressões do profundo simbolismo encontrado na astrologia védica e demonstram a adaptabilidade e a riqueza interpretativa que caracterizam este sistema astrológico. Essas representações geométricas não são meramente estéticas; elas facilitam o cálculo e a interpretação das posições planetárias, das casas e dos aspectos astrológicos, servindo como ferramentas valiosas para astrólogos na condução de leituras precisas e significativas dos mapas natais.
A escolha entre o uso do formato quadrado ou triangular muitas vezes depende da tradição regional, da escola de astrologia védica seguida pelo astrólogo, e da preferência pessoal, cada uma oferecendo uma perspectiva única na interpretação do mapa natal. A diversidade de formas reflete a rica tapeçaria da astrologia védica e sua capacidade de se conectar com indivíduos em um nível profundamente pessoal e espiritual.
O sentido da leitura

A direção da leitura das casas em uma mandala astrológica védica — seja ela representada de forma quadrada no sul da Índia ou com triângulos no norte — é uma das características distintivas que diferenciam a prática da astrologia védica da astrologia ocidental e até mesmo dentro das próprias tradições regionais indianas.
Essa diferença no sentido de leitura não é apenas uma questão de forma, mas tem implicações profundas para a interpretação do mapa natal.
No sul da Índia, onde a mandala astrológica é frequentemente representada em um formato quadrado, a leitura das casas é feita no sentido horário.
As casas são fixas, e os signos do zodíaco são alocados a essas casas com base na hora e local de nascimento. Isso significa que a primeira casa, ou Lagna (ascendente), que indica o signo zodiacal que estava surgindo no horizonte oriental no momento do nascimento, é sempre colocada no topo do quadrado, no lado leste da carta.
A partir daí, os signos são distribuídos sequencialmente em sentido horário nas casas subsequentes. Esta abordagem facilita uma visualização direta e sistemática das posições planetárias e seus aspectos em relação ao ascendente e às demais casas.
No norte da Índia, a leitura do mapa natal que incorpora triângulos, também segue um método distinto. Aqui, as casas são lidas em sentido horário, mas a maneira como as casas são posicionadas e lidas difere da abordagem sulista.
A carta noNorte-Indiano tem um ponto de partida diferente para o Lagna, que é colocado na parte superior do chart, mas as casas subsequentes são lidas em sentido horário a partir dessa posição.
Essa estrutura triangular permite uma interpretação dinâmica das relações planetárias e casas, refletindo as interações complexas entre as energias cósmicas.